
A Travessia Veredas da Resistência
É uma jornada de três dias pela Caatinga do Semiárido baiano, percorrendo 65km a pé de Canudos Velho a Uauá-BA. Organizada pelo Instituto Popular Memorial de Canudos em parceria com outras instituições, busca reconstituir os caminhos históricos da guerra contra Canudos, convidando os participantes a imergir na história de resistência popular contra a opressão. Além disso, proporciona uma experiência única de interação com as comunidades tradicionais e a Caatinga, destacando a importância da preservação ambiental e cultural. A jornada é um convite para refletir sobre as complexidades e contradições dos sertões, tanto históricas quanto atuais, e para ressignificar as lutas e a memória do povo sertanejo.
A Travessia pelas Veredas da Resistência transcende a rota histórica, cultural e ecológica, transformando-se em uma jornada existencial que desafia os participantes a se envolverem com o território e suas comunidades de forma profunda. Além de revisitar os caminhos dos conselheiristas, a experiência proporciona uma reflexão sobre as diversas formas de resistência que permeiam a vida no sertão. É um convite para se reconectar com as raízes, memórias e fé do povo sertanejo, ao mesmo tempo em que se reconhece e valoriza a riqueza das paisagens e pluralidades da Caatinga. A travessia representa, assim, um ato de reexistência e ressignificação das lutas do povo do Sertão, enriquecendo a compreensão e a apreciação desse rico e complexo ecossistema.
Artigos da primeira edição
A Travessia
A Travessia Veredas da Resistência pretende, portanto, dar continuidade à proposta de resgate da memória e da história da região pelo olhar de sua gente, através da experiência de imersão nas trilhas sertanejas, congregando caminhantes e simpatizantes de várias localidades da Bahia e outros estados.
Rendemos uma profunda e solene homenagem à nobre memória dos destemidos guerreiros e valentes guerreiras de Canudos, cuja bravura indomável, nas terras de Uauá, ergueu um obstáculo intransponível diante das forças militares durante os sombrios e dolorosos dias da guerra de Canudos, travada no final do século XIX. Suas proezas heróicas e sua determinação feroz permanecerão gravadas na história como um testemunho imortal da resistência implacável em defesa de seus ideais e território. Esses guerreiros e guerreiras de Canudos personificam a coragem e a resiliência do povo sertanejo, e representam um legado de sacrifício e tenacidade que inspira a todos. Suas vidas foram dedicadas à preservação de sua comunidade e de sua fé, desafiando adversidades inimagináveis. Hoje, mais de um século depois, a história de Canudos e Uauá continua a ressoar nos corações daqueles que valorizam a herança cultural e a determinação inquebrantável que moldaram nossa região. É nosso dever manter viva a memória desses bravos combatentes, garantindo que suas lições de coragem e perseverança sejam transmitidas às gerações futuras, como um tributo eterno à resistência implacável em defesa de seus ideais e território.

A nossa missão transcende os limites do tempo e espaço, pois empenhamo-nos fervorosamente em proporcionar vivências e debates enriquecedores de conteúdos históricos, culturais e ambientais da nossa região, estendendo um convite à imersão profunda na vastidão da Caatinga, um ecossistema único e resiliente que se desdobra diante de nós. Acreditamos que, ao partilhar conhecimento e experiências, podemos desencadear uma metamorfose de conexões mais profundas e significativas com esse ambiente árido e majestoso, capacitando as pessoas a desbravarem suas raízes, a compreenderem as origens históricas que moldaram nossa identidade e a apreciarem a abundância da diversidade cultural e ambiental que a Caatinga gentilmente nos presenteia.

Nossa missão é dedicada ao fortalecimento da profunda relevância da cultura do Umbu, ao fomento da Convivência com o Semiárido e à promoção incansável da preservação da Caatinga, visando beneficiar e enriquecer a comunidade sertaneja. Através de ações concretas, buscamos celebrar e preservar a riqueza cultural e histórica que o Umbu representa, fomentar práticas e estratégias de convivência sustentável com o Semiárido, e conscientizar sobre a importância vital da proteção da Caatinga como um ecossistema único, que desempenha um papel fundamental na sobrevivência e prosperidade das comunidades que habitam essa região árida e desafiadora. Nossa visão abraça a esperança de um futuro em que a cultura do Umbu, a convivência no Semiárido e a preservação da Caatinga sejam pilares sólidos de uma comunidade sertaneja resiliente, próspera e em harmonia com o seu ambiente.

Nossa missão é enfatizar e valorizar as profundas manifestações culturais populares sertanejas de Uauá e Canudos, reconhecendo sua importância vital para a identidade e herança de nossa comunidade. Comprometemo-nos a promover a celebração contínua dessas expressões culturais, incentivando o respeito, a preservação e a participação ativa da comunidade no fortalecimento e revitalização das tradições locais. Buscamos estabelecer eventos culturais, programas educacionais, documentação e intercâmbio cultural, colaborando com líderes comunitários, artistas locais e instituições culturais para garantir que as manifestações populares sertanejas de Uauá e Canudos sejam uma parte viva e dinâmica de nossa herança cultural, enriquecendo as vidas de nossos habitantes e fortalecendo os laços que unem nossa comunidade.

Nosso compromisso abrange a profunda reconstrução dos caminhos históricos que se estendem de Uauá a Canudos, trilhados pelos conselheiristas no passado, resgatando assim as memórias e as histórias que moldaram nossa região. Ao mesmo tempo, almejamos envolver ativamente a comunidade local na elaboração e execução de uma iniciativa que reconheça e exalte a identidade única e as manifestações culturais que são intrínsecas ao nosso tecido social. Por meio da preservação dos caminhos históricos e da celebração de nossa herança cultural, buscamos fortalecer os laços entre as gerações presentes e futuras, promovendo um profundo senso de pertencimento e respeito por nossa história e tradições.

30 anos de atuação com o trabalho de recuperação, preservação e divulgação dos aspectos populares que Antônio Conselheiro e seus seguidores deixaram como legado para todos/as nós.
São mais de três décadas de dedicação e contribuição para a História e Memória de Canudos.
O Instituto Popular Memorial de Canudos, foi fundado no dia 17 de Setembro de 1993. Surgiu a partir das Romarias anuais de Canudos, ocasião em que muitos dos participantes expressavam a necessidade de se criar um organismo para documentar os
contecimentos e preservar o material existente sobre a Canudos Conselheirista, assim como valorizar diversas experiências políticas, econômicas e sociais do semiárido brasileiro.
Hoje o IPMC tem sido uma fonte constante de visitação e consulta, o que atesta a sua importância no contexto da história do Arraial do Belo Monte, fundado por Antônio Conselheiro em 1893 e destruído pelo exército brasileiro em 1897, durante a quarta expedição militar.
É formado por lideranças de comunidades tradicionais, representantes de entidades populares e movimentos sociais, historiadores/as, pesquisadores/as, religiosos/as da igreja católica e protestante, teólogos, professores/as, estudantes, poetas, artistas populares e várias outras pessoas simpatizantes da Causa de Canudos.
Atualmente é mantido por contribuições financeiras anuais dos seus membros, doações de apoiadores da Causa de Canudos e vendas de livros e produtos da agricultura familiar.

O município de Canudos, localizado nos áridos sertões baiano, foi fundado em 1893, pelo beato Antônio Conselheiro e foi palco de um dos maiores
massacres realizados pelo Estado brasileiro, nos últimos séculos. Motivados por uma profunda religiosidade e liderados por Conselheiro, os
sertanejos organizaram uma comunidade com princípios religiosos e muitas vezes igualitários, em uma fazenda que denominaram de Belo Monte.
Belo Monte foi um núcleo de povoamento, um dos maiores da Bahia, marcado pela resistência popular. E por quê? O dado mais importante é que o povoado tentava
romper com a submissão aos membros das oligarquias locais. Assim, os conselheiristas procuraram construir uma vida menos submissa aos poderosos locais e
regionais. E devido a essa autonomia sertaneja foi destruído pelo inseguro e jovem estado republicano que se formara na época.
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Do Meio pro Fim
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As inscrições para a 3ª edição da Travessia Veredas da Resistência estão abertas! Garanta seu lugar nessa jornada pelos caminhos de Canudos a Uauá,
onde história, cultura e resistência se encontram.
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Retratos
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